O que é microcefalia e o quanto devemos nos preocupar?
Microcefalia é nome que se dá quando a cabeça de uma pessoa
apresenta tamanho menor do que o esperado para a idade. Pode resultar de
problemas ocorridos no nascimento ou no transcorrer dos dois primeiros
anos de vida (problemas que impeçam o crescimento normal do sistema
nervoso central), ou ainda resultar de processos intra-uterinos e ser
congênita (que é quando o bebê já nasce com a cabeça pequena). Estamos
vivendo uma situação na região Nordeste do nosso país (predominantemente
em Pernambuco) em que muitos bebês estão nascendo microcefálicos,
situação que vem gerando muitas dúvidas no meio leigo e no meio médico.
Existem várias causas para a microcefalia congênita, as quais estão
sendo investigadas pelos órgãos competentes em âmbito nacional a fim de
esclarecer esse momento atual. Essas causas podem ser biológicas,
genéticas, ambientais, químicas ou físicas, podendo estar relacionadas a
doenças ou problemas ocorridos na gestação, portanto é muito importante
a realização das consultas pré-natais. Alguns exemplos: transtornos
genéticos, uso de substâncias tóxicas como cigarro, álcool, drogas
ilícitas, cosméticos inadequados para gestantes, exposição a radiação,
medicamentos sem ciência do médico, infecções e motivos desconhecidos.
No momento, a suspeita é de que os casos que estão ocorrendo de modo
epidêmico no nosso país sejam consequência de infecções nas gestantes,
estando em investigação rubéola, toxoplasmose, citomegalovírus, parvo
vírus, herpes vírus e, devido ao relato de manchas vermelhas no corpo de
algumas mães de bebês afetados, doenças transmitidas pelo mosquito
Aedes Aegypti como Dengue, Chikungunya e Zika. Não existem dados
robustos na literatura médica que relacionem Zika com microcefalia, mas,
devido ao grande número de casos dessa infecção nessa região do país,
tornou-se um importante suspeito. Assim, está sendo fortemente
recomendado que as gestantes se protejam de mosquitos, especialmente
durante os primeiros 4 meses – período de formação dos órgãos do futuro
bebê. Isso deve ocorrer em todo o país, tendo em vista que casos de Zika
estão começando a aparecer nacionalmente, devido ao vetor (mosquito) e
deslocamento de pessoas (viajantes). O Ministério da Saúde está
orientando que, até que se esclareçam as causas do aumento
da incidência
dos casos de microcefalia na região Nordeste, as mulheres que planejam
engravidar devem conversar com a equipe de saúde de sua confiança. Nessa
consulta, devem avaliar as informações e riscos de sua gravidez para
tomar a sua decisão.
O atendimento das crianças que nasceram com microcefalia vem sendo
realizado nos serviços de atenção básica do Sistema Único de Saúde em
nível local. Crianças com essa condição devem ser investigadas e
monitorizadas pelo pediatra quanto ao crescimento e desenvolvimento, com
seguimento multiprofissional e multi-especialidades se houver detecção
de atrasos, com a finalidade de minimizar qualquer potencial dano
decorrente do crescimento insuficiente do cérebro.
Está sendo amplamente divulgada a informação de que o tamanho do
perímetro cefálico dos recém-nascidos menor ou igual a 33 cm configura
uma situação de microcefalia, o que é verdade se o bebê for nascido a
termo (>37 semanas). Assim, mães de bebês prematuros não devem
considerar essa informação, visto que essa população especial de bebês
vai apresentar tamanhos de cabeça proporcionais a sua idade gestacional,
sendo necessário o uso de curvas específicas para interpretar esses
dados – o seu pediatra está ciente dessas curvas e esclarecerá possíveis
dúvidas quanto a isso.
(Fonte: http://www.conversandocomopediatra.com.br)
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Clínica de Pneumologia e Pediatria
Dr. Maurício Feldens (Pneumologista e Clínico Geral)
Dra. Melina Feldens (Pediatra)
Rua Duque de Caxias, 503, Sala 411. Centro, Encantado-RS
Dr. Maurício Feldens (Pneumologista e Clínico Geral)
Dra. Melina Feldens (Pediatra)
Rua Duque de Caxias, 503, Sala 411. Centro, Encantado-RS